sexta-feira, 8 de março de 2013

Louis VS Miles


Em um post anterior coloquei a foto de Miles e Louis e uma pequena frase em relação a valorização do professor. Mas como poderia ficar subentendido, não, Louis Armstrong nunca deu aulas para Miles Davis. Louis Armstrong começou sua carreira muito antes de Miles Davis com um estilo muito diferente.

O estilo de Louis era mais tradicional do jazz de New Orleans (Dixieland). Miles Davis veio depois com estilo totalmente diferente do de Louis, chamado bebop tornando mais experimental ao longo dos anos.

Louis frequentemente ridicularizava o bebop, o que provocou a ira de Miles que disse em 1944: "Eu odeio o jeito que eles (Louis) costumam rir e arreganhar os dentes para o público. Eu sei que eles fazem pela grana e porque são entertainers. Eles se comportam como palhaços e como eu era mais jovem que eles, não tinha que passar pela aquela merda que tinham que fazer para serem aceitos pela indústria da música. Eu não ia fazer isso para algum não músico, racista, branco filho da puta escrever coisas boas sobre mim.”

É claro que temos que colocar o depoimento de Miles em um contexto político-social e cultural. Naquela época a segregação era muito grande e a geração de jazz mais nova estava mais engajada nesta contestação politica racial e ainda tem o agravante de que pensavam no jazz como não apenas música de entretenimento, mas sim um meio de transformação cultural e social, assim como estava acontecendo e aconteceria com mais força depois com a literatura americana.  Louis mostraria este lado muito depois...

De qualquer forma Louis disse: "Quando tocam a primeira nota você se pergunta o que diabos ele esta tocando. Não é para mim tocar daquele jeito nem em 100 anos".

 Louis passou a maior parte de 1948 denegrindo o novo estilo, chamando de “música chinesa” e “aquela malicia moderna”. Lá por 1949, ele deu uma aliviada e disse para a Time que : “bebop é legal para ouvir por um tempo, mas não a noite toda. Não é jazz – todas aquelas variações – é mais como um exercício”.

Ele até gravou uma música tirando sarro do bebop.

Gravando a música "The Whiffenpoof Song",   Louis modificou a letra  e a usou como uma paródia, descrevendo uma cena em “Boiland” onde músicos barbados com chapéus engraçados  quebram a cabeça até todas seus quinta bemóis se forem. Dizzy Gillespie, levou aquela sátira como um avanço.

Louis costumava cantá-la com um chapéu vermelho e óculos de sol.

Falando de Dizzy em 1949, enquanto a controvérsia pegava fogo disse “Hoje em dia, nós tentamos trabalhar diferente, os ritmos e coisas que eles não pensavam quando Louis Armstrong tocava. Naqueles dias eles faziam estritamente o que vinha da alma – do coração. Você tem que ir para frente e progredir. Nós estudamos”.

O Louis disse em no final de 1949 na Down Beat que “aqueles boppers! Eles pensam que somo passado. Eles nos deram o inferno, e lhes darei o inferno”.

Ainda no documentário “Sachmo” há uma entrevista que Armstrong que ele comenta sobre boppers: “Eles estão fazendo a mesma coisa que costumávamos fazer jam sessions.”

Em 1950, todo ficou mais calmo. Na revista Down Beat tributo de aniversário de 50 anos de Armstrong, ele escreve “Eu tenho sido citado como dizendo “isto e aquilo sobre o Bop, etc, e que eles tenho me dado o inferno...Mas cada vez que cruzamos por ai, tem sempre havido um “carinho” entre nós. Entende”... e o público pensa, - “meu deus, aqueles caras, eles se odeiam muito. Droga, não liguem para isso...Nós músicos sempre nos amamos...” logo depois Dizzie gravou sua paródia, “Pop’s Cofessin”. Que consiste em Dizzie imitando Louis cantando hehhehe.

Algum tempo (1962) depois Miles Davis deve ter pensado melhor no que disse e falou em entrevista para a Playboy 1962.

O repórter comenta que ele ganhou vários prêmios e quem viria em segundo lugar. Miles reclama dizendo que cada um tem seu estilo e cita vários músicos e o repórter safado provoca com esta pergunta:

"Há alguma razão especial para não mencionar Louis Armstrong?"

"O pops? não eu apenas não o mencionei porque eu estava falando sobre jazz moderno. eu amo pops, Eu amo o jeito que canta e o jeito que toca -- tudo que ele faz, exceto quando ela fala alguma coisa contra o jazz moderno. Ele deve perceber que foi um pioneiro, também. Não ele não foi uma influencia para mim, eu tive pouco contato com Pops. Há muito tempo atrás, eu estava na cidade do Bop, ele veio e me disse que gostava do jeito que tocava. E nem sei se ele se lembra disso, mas eu me lembro como me senti bem quando ele disse. “

Bom, de qualquer forma podemos analisar o que a imagem abaixo diz sobre tudo isso. Essa foto, pela roupa de Miles deve ser no começo dos anos 70, no final da vida de Louis.
                
No final toda essa conversa toda não fazia o menor sentido, tanto é assim que quase ninguém se lembra disso.


Preste atenção na letra. Genial, Louis  acabou com os caras: "Deus tenha piedade deles!"



Dizzie tirando o Louis agora!!!



Agora os dois juntos! Reparem que no final Dizzie dá uma cuspida, coisa de trompetista,  no Louis e o mesmo limpa o rosto e fala "Your parasol is juicy boy". Figuraça!


segunda-feira, 4 de março de 2013


O SITE DA UOL "CATRACA LIVRE" ESTÁ FAZENDO UMA CONSULTA PARA VOTAÇÃO DE QUEM QUEREMOS VER NA PRÓXIMA VIRADA CULTURA

 VAMOS VOTAR NA TRADICIONAL JAZZ BAND!!!!!!!!!

DEPOIS COLOCO ALGUMA COISA SOBRE ESTÁ INCRÍVEL BANDA

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sábado, 2 de março de 2013

Trompete Incidental


O ska é um estilo que o trompete é frequentemente usado. Segue um exemplo clássico, com o Bad Manners . Banda inglesa que lançou seu primeiro disco em 1980 com o Hit abaixo. A música do Bad Manners foi "inspirada" em outra música de uma banda americana obscura chamada " Dirkey Doo & The Don'ts, que alcançou o Top 40 americano só que em 1958!!! O trompetista do Bad Manners chama Gus Herman.

Se você só ouve rádio, provavelmente vai achar a letra uma das melhores que já ouviu em muito tempo. 

Ouça as duas versões!






Victor E. Frankl aplicado no estágio de Maturidade

A forma de intervenção para os indivíduos no estágio de maturidade é a logoterapia. Desenvolvida por Viktor E. Frankl, tendo como bases su...